Introdução
Durante a Idade Média a Igreja Católica se tornou muito
poderosa, interferindo nas decisões políticas e juntando altas somas em
dinheiro e terras apoiada pelo sistema feudal.
Desta forma, ela se distanciava de seus ensinamentos básicos e caia em
contradição.
A igreja católica condenava a burguesia comercial (em plena
expansão no século XVI) porque o lucro e os juros, típicos de um capitalismo
emergente, eram vistos como práticas condenáveis pelos clérigos católicos.
Por outro lado, o papa arrecadava dinheiro para a construção
da basílica de São Pedro em Roma, com a venda das indulgências (=venda do perdão)
- o que seria o motivo direto da contestação de Martinho Lutero, que deflagrou
a Reforma Protestante.
A Reforma protestante foi um movimento de retorno aos
padrões bíblicos do Novo Testamento.
Causas
1)
Fatores religiosos:
Corrupção do clero religioso:
para ganhar dinheiro, o alto clero de Roma iludia a boa fé das pessoas através
do comércio de relíquias sagradas. Milhares de pessoas eram enganadas comprando
espinhos que coroaram a fronte de Cristo, panos embebidos pelo sangue do rosto
do Salvador, objetos pessoais dos santos etc. Além desse Comércio fraudulento,
a Igreja passou a vender, também, indulgencias, isto é, o perdão dos pecados.
Mediante um bom pagamento, destinado a financiar obras da Igreja, os fiéis
poderiam comprar a salvação e a entrada para o céu.
Ignorância do clero: a maior
parte dos sacerdotes desconhecia a própria doutrina católica e demonstrava
absoluta falta de preparo para funções religiosas. A ignorância e o mau
comportamento do clero representavam sério problema, pois a Igreja dizia que os
sacerdotes eram os intermediários entre os homens e Deus. Ora, se esses intermediários
se mostravam ignorantes e incompetentes, era preciso buscar novos caminhos para
o encontro com Deus.
2)
Fatores Socioeconômicos:
A Igreja católica, durante o
período medieval, condenava o lucro excessivo (a usura) e defendia o preço
justo. Essa moral econômica entrava em choque com a ganância da burguesia.
Grande número de comerciantes não se sentia à vontade para extrair o lucro
máximo. Viviam ameaçados com o inferno.
Os interessados nos lucros do comércio sentiram a necessidade de urna nova ética religiosa, mais adequada á época de expansão comercial e de transição do feudalismo para o capitalismo. Como veremos mais adiante, a ética protestante mostrou-se bem mais identificada com o espírito dos tempos modernos.
Os interessados nos lucros do comércio sentiram a necessidade de urna nova ética religiosa, mais adequada á época de expansão comercial e de transição do feudalismo para o capitalismo. Como veremos mais adiante, a ética protestante mostrou-se bem mais identificada com o espírito dos tempos modernos.
3)
Fatores políticos:
Com o fortalecimento das
monarquias nacionais, os reis passaram a encarar a Igreja, que tinha sede no
Vaticano e utilizava o latim, como entidade estrangeira que interferia em seus
países. A Igreja, por seu lado, insistia em se apresentar como instituição
universal que unia o mundo cristão.
Essa noção de universalidade, entretanto, perdia força, pois crescia o sentimento nacionalista. Cada Estado, com sua língua, seu povo e suas tradições, estava mais interessado em afirmar suas diferenças em relação a outros Estados do que suas semelhanças. A Reforma Protestante correspondeu a esses interesses nacionalistas. Exemplo: a doutrina cristã dos reformadores foi divulgada na língua nacional de cada país e não em latim, o idioma oficial da Igreja.
Essa noção de universalidade, entretanto, perdia força, pois crescia o sentimento nacionalista. Cada Estado, com sua língua, seu povo e suas tradições, estava mais interessado em afirmar suas diferenças em relação a outros Estados do que suas semelhanças. A Reforma Protestante correspondeu a esses interesses nacionalistas. Exemplo: a doutrina cristã dos reformadores foi divulgada na língua nacional de cada país e não em latim, o idioma oficial da Igreja.
Como aconteceu
Nada na história (como na vida) acontece repentinamente.
A Reforma aconteceu, também, aos poucos, a insatisfação e as
dúvidas em relação à igreja católica foi aumentando ao poucos.
Surgiram alguns homens que podemos considerar como pré-reformadores como:
1)
John Wycliff (na Inglaterra), no século XIV
(1384).
2)
John Huss (na Boêmia), no século XV (1415).
3)
Jerônimo Savanarola (na Itália), no século XV
(1498).
E a Reforma Protestante aconteceu, no século XVI na Alemanha
quando o frade agostiniano Martinho Lutero afixou as 95 teses nas portas da
igreja do castelo de Wittenberg.
Foi no dia 31 de outubro de 1517, véspera do dia de “todos
os santos”, quando milhares peregrinos corriam para Wittenberg para a
comemoração do feriado do "dia de todos os santos e finados", 01 e 02
de novembro.
Era costume pregar nos lugares públicos os avisos e
comunicados. Lutero aproveitou a oportunidade e, através de suas teses,
combatia as indulgências que eram vendidas por João Tetzel com a falsa promessa
de muitos benefícios. Ele dizia que, se alguém comprasse uma indulgência para
um parente falecido, "no momento em que a moeda tocasse no fundo do
cofre a alma saltava do inferno e ia direto para o céu".
A Reforma começou na Alemanha, mas logo, se espalhou para
outros países como Inglaterra, Suíça, França, Escócia, etc. Em cada país
podemos destacar um líder que levou avante este movimento.
Principais reformadores
1)
Martinho de Lutero (1483/1546) – Alemanha
2)
João Calvino (1509/1564) – França/Suíça
Principais doutrinas defendidas por Lutero
a) Justificação pela
fé.
Baseado nos ensinos de Paulo, ele ensinava que o homem não é
justificado pelas suas obras,
mas pela fé em Jesus Cristo.
b) A infalibilidade
da Bíblia.
Lutero considerava a Bíblia infalível e acima de toda e
qualquer tradição religiosa. Enquanto a Igreja Católica Romana defendia a ideia
de que o papa era infalível e a Bíblia era sujeita à sua interpretação, Lutero
afirmava que A Bíblia estava acima do papa, pois ela é a Palavra de Deus
inspirada pelo Espírito Santo.
c) Sacerdócio de
todos os crentes.
Lutero negava o conceito que afirmava ter o papa poderes
sobrenaturais como intermediário entre o povo e Deus. Ele defendia a ideia de
que todo crente é um sacerdote e tem livre acesso à presença de Deus. Não
precisamos de um intermediário, o único intermediário entre o homem e Deus é o
Senhor Jesus Cristo.
Principais consequências
- Diminuição da influência e do poder da Igreja Católica na Europa;
- Diminuição da interferência da Igreja Católica no poder político dos monarcas;
- Surgimento de novas igrejas cristãs como, por exemplo, Igreja Anglicana (Inglaterra), Igreja Luterana (Alemanha) e Igreja Calvinista (França);
- Fortalecimento dos princípios sociais e econômicos da burguesia, que passaram a ser sustentados pela aprovação do lucro (doutrina calvinista);
- Tradução da Bíblia para outros idiomas, entre eles o alemão e o francês. Desta forma, mais pessoas passaram a ter acesso à leitura da Bíblia;
- Reação da Igreja Católica (Contra-Reforma) ao movimento de Reforma Protestante. Neste contexto de reação foi reativada a Inquisição, criada a Companhia de Jesus e estabelecido o combate ao protestantismo;
- Surgimento de conflitos sociais de ordem religiosa, além de perseguições pelo mesmo motivo. Muitos destes conflitos foram estimulados ou tiveram como patrocinadores os monarcas europeus. Em 1572, cerca de 30 mil protestantes foram assassinados por católicos na França. O episódio ficou conhecido como "O Massacre da Noite de São Bartolomeu".
Nenhum comentário:
Postar um comentário